Este Programador Largou o CLT e Dobrou a Renda em 6 Meses

A decisão de largar o CLT e migrar para o mundo freelancer pode parecer arriscada. Mas para Gabriel Mendes, programador full stack de 29 anos, essa mudança foi o que transformou sua vida profissional. Em apenas seis meses trabalhando por conta própria, ele viu sua renda dobrar, seus horários se flexibilizarem e sua autonomia crescer.

A história de Gabriel não é um caso isolado. Cada vez mais desenvolvedores estão repensando os moldes tradicionais do trabalho formal e buscando liberdade, propósito e rentabilidade por meio da programação freelance. Mas como fazer essa transição de forma segura, sem abrir mão da estabilidade de imediato?

O ponto de virada: insatisfação silenciosa e oportunidades ignoradas

Gabriel passou cinco anos em uma empresa de tecnologia no modelo CLT. Embora gostasse da equipe e do ambiente, sentia-se estagnado. O salário estava congelado há dois anos, os projetos eram repetitivos e a pressão por entregas crescia sem retorno proporcional.

Tudo começou a mudar quando ele percebeu que colegas freelancers estavam fechando projetos curtos, mas bem pagos, fora do expediente. Aquilo despertou uma curiosidade: será que trabalhar por conta própria poderia ser viável para ele também?

Ele começou pequeno: pegando freelas nos fins de semana, explorando plataformas como Upwork, 99Freelas e LinkedIn. Descobriu que havia mais demanda do que imaginava e mais importante: havia empresas dispostas a pagar bem por entrega de valor.

O planejamento que fez a diferença

Antes de largar o CLT, Gabriel fez algo que muitos ignoram: planejamento financeiro. Guardou uma reserva de emergência para seis meses, reduziu despesas fixas e listou as habilidades mais valiosas que poderia vender como serviço.

Além disso, organizou um portfólio enxuto, mas estratégico. Criou um site pessoal, otimizou o LinkedIn com foco em contratação internacional e começou a publicar pequenos conteúdos sobre programação atraindo contatos e propostas.

Com esse preparo, a transição não foi um salto no escuro, mas uma ponte segura entre o modelo tradicional e o trabalho independente.

Os primeiros três meses: adaptação, erros e crescimento

Os primeiros meses após largar o CLT foram intensos. Gabriel precisou aprender a precificar seu tempo, lidar com clientes exigentes e organizar sua própria rotina sem um chefe por perto.

Houve erros. Subestimou prazos, aceitou projetos abaixo do valor justo e demorou a impor limites. Mas também houve acertos: estabeleceu contratos formais, automatizou processos com ferramentas como Notion e Trello, e buscou mentoria de outros freelancers experientes.

Com o tempo, entendeu que o segredo não era trabalhar mais, mas sim trabalhar com foco, autoridade e posicionamento certo.

Onde estão os clientes e como ele os encontrou

Uma das maiores dúvidas de quem larga o CLT é: “Onde vou achar clientes?”. Para Gabriel, a resposta veio em três frentes. Primeiro, as plataformas freelancer — um ótimo início para ganhar experiência e reputação.

Segundo, a criação de conteúdo. Ao compartilhar dicas de programação no LinkedIn e em grupos de tecnologia, ele começou a ser visto como referência. O efeito bola de neve logo começou: um cliente indicava outro, e os convites passaram a surgir.

Terceiro, o networking. Participar de comunidades de desenvolvedores e eventos online abriu portas para projetos internacionais e parcerias duradouras.

Precificação e posicionamento: o divisor de águas

Um dos maiores erros de quem sai do CLT é manter a lógica do salário mensal para calcular seus preços. Gabriel aprendeu que seu valor não estava nas horas trabalhadas, mas nos problemas que resolvia.

Ele passou a cobrar por entrega e não por tempo. Ao focar em nichos específicos, como e-commerces e aplicativos de gestão, conseguiu se destacar e justificar preços mais altos.

Além disso, seu posicionamento como especialista, e não apenas “mais um dev”, fez com que os clientes buscassem por ele, e não o contrário. Isso mudou completamente o jogo.

Qualidade de vida e liberdade geográfica: ganhos invisíveis

Dobrar a renda foi apenas parte do benefício. O que realmente fez diferença foi a liberdade. Gabriel passou a organizar seu dia de acordo com seu ritmo, escolher projetos alinhados aos seus valores e trabalhar de qualquer lugar, incluindo um período de 3 semanas em Florianópolis sem parar os atendimentos.

A saúde mental melhorou, o estresse diminuiu e a motivação cresceu. Trabalhar por conta própria trouxe desafios, sim — mas também trouxe uma sensação de protagonismo que ele nunca havia sentido como CLT.

Conectando com artigos anteriores da série

Esse artigo faz parte da série onde conto minha trajetória como programador freelancer. Se você ainda não leu, recomendo muito:

O que ele faria diferente se começasse hoje

Hoje, com mais experiência, Gabriel reconhece que algumas atitudes teriam acelerado sua transição. Se voltasse no tempo, teria buscado um mentor desde o início, dito “não” mais cedo para projetos ruins e investido em marketing pessoal desde o primeiro freela.

Ele também reforça: largar o CLT não é para todo mundo. É preciso disciplina, organização e uma mentalidade empreendedora. Mas, com o preparo certo, pode ser o melhor passo da carreira.

Conclusão: largar o CLT não é um risco, é uma escolha estratégica

A história de Gabriel não é sobre sorte, é sobre estratégia. Ele não apenas largou o CLT, ele se preparou, se posicionou e transformou sua carreira com decisões conscientes.

Se você sente que está preso a um modelo que não te valoriza, talvez seja hora de repensar seus caminhos. Trabalhar como freelancer na programação não é mais uma alternativa, é uma realidade em expansão para quem busca autonomia, crescimento e liberdade real.

Afinal, como Gabriel descobriu: a estabilidade não está em um contrato, mas na capacidade de gerar valor e saber vendê-lo bem.

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